sábado, 21 de maio de 2011

Céu OU Inferno


Sigla é sempre um problema. Em geral são criadas para tornar uma organização abstrata em substantivo concreto, ou um verbo em substantivo próprio. É assim com os partidos políticos, as instituições, as empresas. Ao carecerem de uma concretitude, sintetizam com iniciais de idéias ou ideais em uma marca, facilitando a identificação de correligionários, usuários, consumidores. O primeiro carro que pensei em comprar foi o modelo 147 da Fabbrica Italiana Automobili Torino, mas para todo mundo eu dizia querer um FIAT 147, simples não?


E há siglas que nem sabemos a origem, mas sabemos o que é. CONAF? Alguém lembra de onde vem cada letra? Outras há que se lembrarmos o que significam, ficamos tentados a criar novo nome, por exemplo Partido da Social Democracia Brasileira, Pode? E com a conversão do cumpanhêro Palocci em empresário bem sucedido, teríamos também de rebatizar o PT para partido dos, trambiqueiros não, mas pelo menos Partido do Trading.


Mais prosaico ainda são os nomes criados em função das siglas: tudo universitário, sabemos, é estudante. Mas no Ceará quando da criação de um clube de universitários, teve-se de recorrer a uma tautologia para criar o Clube dos Estudantes Universitários, com isso saia-se do inferno para o CÉU. O que não aconteceu com nosso Congresso Unificado que criou o Sindifisco Nacional e repactuou-se a divisão de verbas de nossa entidade sindical. ninguém refere-se à sigla e, pensando bem, não há muitas referências nem ao dito cujo, como se houvesse certo pudor em tratar de algo íntimo demais.


O diabo é que siglas tem que ser pronunciadas, demandam oralidade. Um dia, quando tivermos superado traumas e rusgas do processo de fusão dos fiscos _ FUFI, quando amadurecermos como instituição única e até como entidade sindical única, quando pudermos verbalizar todas as implicações positivas e negativas da FUFI, devamos repensar algumas das decisões tomadas naquele congresso, principalmente o pacto federativo e a divisão de verbas e fundos. Por enquanto ainda encontramo-nos em fase pré-oral.

Uma palavrinha, e não é sigla, deve ser decretada politicamente incorreta, o vocábulo “oriundo”, mostra muito bem uma divisão interna, como se houvera dois grupos distintos dentro do sindicato, separados por uma origem pré histórica, ou pré FUFI. Na verdade, como é normal em qualquer associação humana, há, não dois, mas diversos grupos, porém, a distinção se dá por ideias e não por origens e isto não ficou muito claro no Congresso Unificado, temos que superar esta fase.


Um grupo quer ser bem distinto, e para isso utiliza-se de toda uma parafernália simbólica para, ao fim de tudo, ser algo amorfo como um PSD Kassabiano. Nada sabemos de ideias deste grupo sobre justiça fiscal, reforma tributária, democracia interna no sindicato, só ouvimos deles palavras como “valorização” que sem um “como” equivalem a um nada. Este grupo tem um líder, melhor dizendo, um imperador que decide tudo sozinho D. Pedro Ruim I e Único, que de posse de um regimento centralizador de poderes e verbas tem imperado no sindicato.


Temos ouvido reclamações de seus(dele) próprios diretores, dois deles preparando mala para pular fora, buscando diálogo com a oposição.


O dilema deles é, D. Pedro Ruim, OU... mas OU o que? E aqui voltamos às siglas. Não existe um Pensamento Único Mumificado em oposição ao ruim, o que há são vários grupos defensores de ideias diversas desde a defesa de aposentados, até defensores de baleias e abraçadores de prédio, passando por porta estandartes e mestre salas, homofóbicos, homoafetivos e até um colega defensor da Preta Gil. Em comum, a defesa, justamente, desta pluralidade que para ser exercida exige uma maior participação de todos, diálogo, convencimento, tomada de posições claras, respeito às minorias e acatamento de decisões da maioria.


Além dos diretores desgostosos da atual DEN, há um grande número de colegas também insatisfeitos com o Império e assim sugeriu-se uma Frente Única DE Oposição que preferimos chamar de Oposição Unificada por uma questão de SIGLA.


PELA REDISTRIBUIÇÃO DE FUNDOS JÁ

2 comentários:

  1. Perfeita análise, unifiquemo-nos; nada obsta comungarmos ulteriormente de objetivos Plurais, Democráticos, Liberais!

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  2. P lurais? D emocráticos? L iberais?
    Ora senhor Anônimo, isto seria uma assinatura, por acaso???

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