A ausência da Secretaria da Receita Federal do Brasil no Decreto 7.496, de 8 de junho de 2011, que instituiu o Plano Estratégico de Fronteiras, assunto afeto diretamente à área de competência da Aduana, causou perplexidade e indignação à categoria dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil.
No referido decreto se atribuiu aos órgãos de segurança pública e às forças armadas competências típicas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, tais como o controle e a fiscalização da fronteira brasileira, a despeito das expressas disposições constitucionais sobre a matéria.
Observa-se, assim, dupla afronta à Constituição Federal. Não prevê a participação da Secretaria da Receita Federal do Brasil no Plano Estratégico de Fronteiras e ainda comete aos órgãos de segurança pública e às forças armadas da União competências, quando o texto constituciónal é bastante claro ao determinar que competências de órgãos e atribuições de cargos devem ser estabelecidos por meio de lei, em sentido estrito, e não por meio de mero ato administrativo.
Por isso entendemos que, por fragilizar a atuação da Receita Federal do Brasil e atacar frontalmente as nossas atribuições o Decreto 7.496, de 8 de junho de 2011, deve ser classificado como Lixo Normativo.
A categoria dos Auditores-Fiscais não pode admitir que se renove a prática de ato emanado do gabinete da Presidência da República ter o condão de flagrantemente se sobrepor às disposições constitucionais e legais. O juramento que se fez à primeiro de janeiro de 2011 de fielmente cumprir a Constituição Cidadã não pode ser mera formalidade autorizadora para ostentar a faixa presidencial.
Igualmente, a categoria não pode imaginar que o fato de a Secretaria da Receita Federal do Brasil ter sido convidada para participar de tal Plano ponha um ponto final à questão. De acordo com seus arts. 237, 144, § 1º, inciso II e 37, inciso XVIII, o papel que a Constituição da República reserva à Secretaria da Receita Federal do Brasil no Plano Estratégico de Fronteiras não é o de simples convidada, mas sim de protagonista.
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