segunda-feira, 4 de julho de 2011

O interesse público e o desinteresse da DEN...

Na abertura da Plenária Nacional, em Brasília (DF), realizada nos dias 29 e 30 de junho, o presidente da Delegacia Sindical do Ceará denunciou em seus informes terem sido negadas as dispensas de ponto dos colegas ligados às projeções da Coger que solicitaram participação na Plenária de maio último com a justificativa de que tal atividade não seria de “interesse público” e que, ao serem informados do fato, a reação dos nossos representantes sindicais na Nacional teria sido tão-somente a de encaminhá-los à sua chefia imediata para "compensar o ponto".

Face o absurdo da falta de reconhecimento por parte de alguns Auditores-Fiscais que estão administradores da Receita Federal do Brasil do interesse público inerente às atividades sindicais, uma comissão foi eleita para redigir a nota de repúdio abaixo:


NOTA DE REPÚDIO

Os Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil reunidos na Plenária Nacional de 29 e 30 de junho de 2011, em Brasília-DF, vêm manifestar o seu veemente REPÚDIO à decisão da administração da Receita Federal do Brasil, representada no ato pela Secretaria-Adjunta da RFB, ZAYDA BASTOS MANATTA, que indeferiu a liberação de ponto de 4 (quatro) delegados eleitos em Assembleia Nacional para participar da Plenária realizada nos dias 03 e 04 de maio.
Sob o argumento genérico da "ausência de interesse público", que disfarça a prática autoritária, o malsinado indeferimento atenta violentamente contra os dignos princípios da livre organização e associação sindicais e da liberdade de expressão garantidos pela Constituição Federal de 1988, direitos conquistados a duras penas pelos servidores públicos na Constituinte. Mais do que isso, a atitude remonta aos tempos obscuros de triste memória em que trabalhadores sofreram na pele a repressão aos movimentos sociais pelas autoridades constituídas. Não seria descabido ainda mostrar a total incoerência desta arbitrária atitude, que considerou a atividade sindical dissociada de interesse público, do conjunto das Superintendências da Receita Federal que, em consonância com a Constituição, com as convenções da OIT e com a evolução histórica dos movimentos sociais, reconheceram como legítima a participação de todos os Auditores Fiscais a elas vinculados.
No mínimo, a conduta adotada pela Secretária Adjunta vai na contramão da história, para não falar na total dissociação da conjuntura mundial atual, que reclama a participação cada vez mais ativa dos trabalhadores, seja do setor público ou privado, antes que seja tarde demais e não haja mais o que defender, senão, reconstruir.
Pelas razões expostas, esta Plenária Nacional dos Auditores-Fiscais repudia este e quaisquer outros atos repressivos ou limitativos ao direito do livre exercício de suas legítimas atividades sindicais.
Brasília-DF, 30 de junho de 2011




6 comentários:

  1. Não gostei do título.
    Pq colocar a DEN ? A questão foi com Administração.Assim não dá!
    Temos de parar com essa picuinha...

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  2. Agradeço pelo puxão de orelha, mas a questão é que a Den deixou os colegas "ao Deus dará".... Ao invés de lutar por eles, a Den simplesmente encaminhou a resposta da administração dizendo que a atividade sindical 'não atendia ao interesse público' e lavou as mãos... Esta foi a crítica.
    Na administração temos auditores que não se vêem como tal e um Sindicato que não defende o direito dos seus filiados... é triste.
    um abraço,
    Godinho

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  3. A DEN deve ser criticada não só pelas ações, mas também pelas suas (dela) omissões. Não podemos silenciar diante de tais fatos, que ao meu ver são gravíssimos, sob pena de sermos coniventes. Deixar os colegas largados a própria sorte não é uma atitude esperada de uma direção sindical, por mais pelega que seja. Abs Marcelo Maciel

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  4. VALEU, GODINHO... A MINHA DS/CEARÁ "SENTIU NA PELE" O DESINTERESSE DA DEN... O COLEGA QUE FOI A PLENÁRIA ANTERIOR... FOI AO PRIMEIRO EVENTO DO SINDICATO E AINDA RECEBER ESTE TRATAMENTO???!!! É MUITO PREOCUPANTE MESMO...GOSTEI DA MATÉRIA E A FIGURA ENTÃO...
    UM ABRAÇO,
    ZAZÁ

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  5. Colegas:
    o cuidado q devemos ter é com os adjetivos, pois a firmeza deve estar no conteúdo. Sempre q possível cortar os adjetivos.
    Ninguém gosta de gente raivosa.
    É preciso ter cuidado com a forma, verbal ou escrita.
    Estes comentários nao dizem respeito a nenhuma msg recente. É uma reflexão q diz respeito tb ao meu comportamento: às vezes, a justeza de nossos pontos de vista e o descaramento de nossos opositores, nos leva à indignação e isso contamina nossas manifestações.
    Ouvi do livreiro Van Damme: "Nunca discuta com um idiota, pois os circunstantes nao distinguirão quem é quem." Sem o cuidado com a forma, podemos perder o espaço q pretendíamos com a maioria silenciosa ou facilitar a resposta dos opositores, q desviam a discussão do essencial para a forma.
    Um abraço
    L Sérgio

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  6. TODAS as nossas questões são com a Administração!
    Se o sindicato não se posicionar em situações onde está em jogo a manutenção de nossos DIREITOS , quando deverá ele se manifestar?
    E a situação descrita (muito bem) é apenas a ponta do iceberg...

    Isidoro

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