segunda-feira, 25 de julho de 2011

A SELIC E VOCÊ

É evidente que toda a sociedade apoia o controle da inflação, porém, os instrumentos utilizados pelo Banco Central não estão de fato combatendo a alta de preços, mas se prestam a promover uma brutal transferência de recursos públicos p/ o setor financeiro privado, a elevadíssimo custo, tanto financeiro como social.

A elevação da Selic não ajuda a controlar o tipo de inflação de preços existente no país. Tal medida tem servido para elevar continuamente as já altíssimas taxas de juros, impactando no crescimento acelerado da dívida pública, além de prejudicar a distribuição de recursos para todas as áreas do orçamento e impedir investimentos na economia real.


O gráfico mostra que enquanto a dívida pública absorveu 45% dos recursos, todas as demais áreas do orçamento encontram-se extremamente sacrificadas, algumas com recursos próximos de zero. A tendência é de que a dívida absorverá cada vez volume maior de recursos pois não pára de crescer e o Brasil paga as maiores taxas de juros do mundo.

Na contramão destas análises, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou na última quarta-feira em 0,25 ponto porcentual a taxa básica de juros da economia (Selic) para 12,50% ao ano.

E é então que você se pergunta: e eu com isso?

Enquanto os gastos com juros do setor público devem atingir cerca de R$ 230 bilhões no ano corrente de 2011, não há verba disponível para o reajuste salarial do funcionalismo público na proposta da LDO para 2012.

Temos até 31 de agosto para reverter este quadro, quando a proposta do Orçamento de 2012 tem de ser fechada no Congresso. Se o cobertor é tão curto, seria bom explicar esta política de juros antes de nos deixar novamente de fora...



O presente post foi baseado em artigo originalmente escrito pela ex-presidente do UNAFISCO e atual Coordenadora da Campanha Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli.

Leia o artigo completo "A inflação e a dívida pública" publicado originalmente no sitio
Le Monde Diplomatique Brasil

2 comentários:

  1. Tenho orgulho de ter a Maria Lúcia como colega. Ela é muito inteligente e sabe se comunicar bem com a classe trabalhadora. A Maria Lúcia, constantemente é convidada para palestras e seminários promovidos por Sindicatos.

    Penso que é ai que a classe pode ser respeitada pela população. Eu tenho colocado esses números nas minhas análises de conjuntura. Fico triste quando os colegas não tem consciência e não sabe da importância de se avaliar a conjuntura para conhecermos as dificuldades e elaborar as táticas de luta.

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  2. E eu fico duplamente orgulhoso, por poder dizer que ela é uma colega e é mineira... apesar de já ser uma Cidadâ do mundo. Depois de ajudar o Equador a se livrar de uma dívida ilegítima, a ideia da auditoria chamou a atenção de militantes da Grécia, onde ela esteve recentemente, e da Irlanda onde uma comissão foi formada para investigar a dívida do país. Ainda bem que aqui no Brasil a gente não tem esses problemas...rsrs

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