por Maria
Izabel Augusta Figueiredo Mota de Almeida
1ª
Presidente do SINDIFISCO NACIONAL & Criadora do Plano de Saúde
Algumas
mitologias simbolizam o esquecimento como um rio.
Onde
as coisas se afundam, desaparecem da vista.
Quem
está na margem só vê a superfície e é muitas vezes enganado.
Contar
histórias é vivificador frente aos perigos do esquecimento.
Para
que não desapareça o que importa, para que interesseiros não se
apropriem do passado, para que lições não sejam esquecidas, para
se compreender que a terra foi inventada apenas uma vez e que tudo
que acontece está fundado no que passou.
1989.
Acabou o Sindicato Provisório, que nem registro obteve.
Fui
eleita a 1ª presidente do Sindifisco Nacional e fazia parte da nossa
plataforma um Plano de Saúde exclusivo.
Engraçado
é que num dos debates que precederam a eleição, o outro candidato,
então presidente da Unafisco Associação, ironizou sobre essa
proposta chamando-a de fantasiosa e dizendo que nosso salário era
suficiente para pagar qualquer plano de saúde do mercado.
Quanto
à mensalidade, sua afirmativa era verdadeira. Entretanto, o
diferencial que buscávamos era um Plano de Saúde com atendimento
personalizado, de auditores para auditores, cujo controle estivesse
em nossas mãos.
Primeiramente,
pensamos em uma parceria com a ASSEFAZ. Que usaria sua expertise para
criar um Plano só para AFTN.
Bastou
uma reunião com a ASSEFAZ, onde estávamos Bento Afonso, diretor de
comunicação e eu, para concluirmos que não seria bom para nós.
Saindo
da reunião, ainda no elevador da ASSEFAZ, eu disse ao Bento: ”Vamos
fazer nosso próprio plano”.
A diretoria apoiou inteiramente.
Fomos
a São Paulo, pesquisamos várias empresas e contratamos a CRC que
montou toda a parte operacional do Plano.
Mas
sempre com a supervisão constante da diretoria. A empresa CRC era
uma prestadora de serviços, mas não dirigia o Plano.
Nunca
deixaríamos o plano nas mãos de funcionários externos, como
acontece hoje.
Com
o empenho de muitos, entre eles destaco o esplêndido trabalho do
Bento e do grupo do Rio de Janeiro, à frente o Perissé, construímos
esse patrimônio que hoje querem entregar às leis do mercado.
Credenciamos
médicos, hospitais de ponta, o atendimento era superior ao dos
planos do Mercado.
Enquanto
lá estivemos, nunca houve problemas financeiros. Pois nossa
supervisão era atenta, constante, responsável. A CRC só recebia
pelos serviços efetivamente prestados, e depois de uma muito
cuidadosa análise dos seus relatórios.
Assim
foi a criação do Plano.
História
não se muda, embora tediosas
e entediantes
pessoas o tentem, com muita constância.
Não
me surpreenderei se o fizerem novamente.
Só
peço que, com a nova história, mandem junto uma referência
bibliográfica consistente, formulários para serem preenchidos,
canetinhas personalizadas, cartões brilhantes do Plano Soft e pins
que permitam a entrada livre em hospitais, consultórios médicos e
circos.
Essas
providências trarão muita credibilidade aos (des) historiadores.
Ah!
E não se esqueçam das amostras grátis!