sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CONTANDO NOSSA HISTÓRIA


por Maria Izabel Augusta Figueiredo Mota de Almeida
1ª Presidente do SINDIFISCO NACIONAL & Criadora do Plano de Saúde

Algumas mitologias simbolizam o esquecimento como um rio.
Onde as coisas se afundam, desaparecem da vista.
Quem está na margem só vê a superfície e é muitas vezes enganado.
Contar histórias é vivificador frente aos perigos do esquecimento.
Para que não desapareça o que importa, para que interesseiros não se apropriem do passado, para que lições não sejam esquecidas, para se compreender que a terra foi inventada apenas uma vez e que tudo que acontece está fundado no que passou.

1989. Acabou o Sindicato Provisório, que nem registro obteve.
Fui eleita a 1ª presidente do Sindifisco Nacional e fazia parte da nossa plataforma um Plano de Saúde exclusivo.
Engraçado é que num dos debates que precederam a eleição, o outro candidato, então presidente da Unafisco Associação, ironizou sobre essa proposta chamando-a de fantasiosa e dizendo que nosso salário era suficiente para pagar qualquer plano de saúde do mercado.
Quanto à mensalidade, sua afirmativa era verdadeira. Entretanto, o diferencial que buscávamos era um Plano de Saúde com atendimento personalizado, de auditores para auditores, cujo controle estivesse em nossas mãos.
Primeiramente, pensamos em uma parceria com a ASSEFAZ. Que usaria sua expertise para criar um Plano só para AFTN.
Bastou uma reunião com a ASSEFAZ, onde estávamos Bento Afonso, diretor de comunicação e eu, para concluirmos que não seria bom para nós.
Saindo da reunião, ainda no elevador da ASSEFAZ, eu disse ao Bento: ”Vamos fazer nosso próprio plano”. A diretoria apoiou inteiramente.
Fomos a São Paulo, pesquisamos várias empresas e contratamos a CRC que montou toda a parte operacional do Plano.
Mas sempre com a supervisão constante da diretoria. A empresa CRC era uma prestadora de serviços, mas não dirigia o Plano.
Nunca deixaríamos o plano nas mãos de funcionários externos, como acontece hoje.
Com o empenho de muitos, entre eles destaco o esplêndido trabalho do Bento e do grupo do Rio de Janeiro, à frente o Perissé, construímos esse patrimônio que hoje querem entregar às leis do mercado.
Credenciamos médicos, hospitais de ponta, o atendimento era superior ao dos planos do Mercado.
Enquanto lá estivemos, nunca houve problemas financeiros. Pois nossa supervisão era atenta, constante, responsável. A CRC só recebia pelos serviços efetivamente prestados, e depois de uma muito cuidadosa análise dos seus relatórios.
Assim foi a criação do Plano.
História não se muda, embora tediosas e entediantes pessoas o tentem, com muita constância.
Não me surpreenderei se o fizerem novamente.
Só peço que, com a nova história, mandem junto uma referência bibliográfica consistente, formulários para serem preenchidos, canetinhas personalizadas, cartões brilhantes do Plano Soft e pins que permitam a entrada livre em hospitais, consultórios médicos e circos.
Essas providências trarão muita credibilidade aos (des) historiadores.
Ah! E não se esqueçam das amostras grátis!

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