Limpando as gavetas acabamos relendo coisas interessantes.
Hoje tirei o dia para jogar um pouco de papel fora e esbarrei com um artigo da época da fusão dos fiscos. O articulista estava reclamando do poder que seria dado aos “Super-Fiscais”. Foi quando me dei conta que a era dos superlativos na Receita finalmente acabou.
Ninguém mais fala em Super-Receita ou Super-Simples, muito menos em Super-Fiscais. O que é muito bom, dado o ridículo do uso do citado prefíxo. Não me recordo de nenhum colega usando as cuecas sobre as calças ao sair “voando” para uma fiscalização.
Lendo o artigo, fiquei rindo sozinho pensando como seriam os quadrinhos se lá fosse como cá. Imaginei a Mulher Maravilha esperando o Super-Homem emitir um MPH - Mandado de Procedimento Heróico para poder salvar Metrópolis em nome da Liga da Justiça. Ou Robin brigando com o Batman, dizendo já ser competente para lançar o bat-bulmerangue.
Mas a ficção não está tão longe da realidade, pois parece ser obra de algum arqui-inimigo dos quadrinhos os quesitos que norteiam a aferição do grau de complexidade dos julgamentos nas DRJ. Como explicar um processo com um crédito de 9,99 milhões valer apenas 4 pontos e um de 10 milhões valer 24?
Santa charada, Batman!
Diversos colegas estão ficando verdes de raiva com estas coisas.
Apesar de ser necessária uma super elasticidade da bolsa escrotal para encarar uma situação destas sem adoecer, é melhor fazê-lo, pois se se tirar licença médica, isso vai afetar negativamente o seu Índice de Aproveitamento de Horas - IAH* e a situação vai ficar ainda pior.
Ultimamente, portanto, há colegas utilizando de superpoderes para seguir na labuta doentes sem cair de cama.
*IAH é um projeto piloto que foi implantado na DRJ e que, para delírio de muitos, deverá ser brevemente estendido a toda RFB.