sexta-feira, 26 de agosto de 2011

RADAR TU



Brasília foi uma das primeiras cidades brasileiras a colocar radares em suas vias para controlar a velocidade dos automóveis. Aconteceu na época que vim morar aqui. Foi uma atitude polêmica, que influenciou até a campanha eleitoral para governador. Havia um candidato que defendia como plataforma a retirada dos “pardais” das avenidas de Lúcio Costa.

Por esta época, estava eu dirigindo pelo eixinho W, quando, exatamente na altura de um pardal fui ultrapassado por uma camionete cabine dupla em alta velocidade. A velocidade não adianta em Brasília, a D20 teve que esperar-me em um sinal vermelho, perto do Conjunto Nacional. Ao aproximar-me do semáforo, deu para ver que a placa era de Fortaleza.

Movido pela solidariedade dos infratores ou dos cearenses, não tenho certeza de qual, tentei avisar meu conterrâneo e colega de direção.

__Radar._ Apontei contra o sentido que íamos.

__Rá dá tu, baitola! _ o farol abriu e fiquei rindo-me com uma ponta de nostalgia do nosso “sutaque de cabeça chata”. 

Aconteceu o contrário aqui neste blog há duas semanas quando escrevi um artigo que intitulei W Buffet: Eu Quero Dar. Minha intenção no Post era chamar atenção para um artigo importantíssimo, publicado no New York Times. No artigo, o homem mais rico do mundo Warren Buffet defendia uma maior contribuição dos ricos para a solução da crise econômica mundial.

O principal, furamos O Globo, A Folha de São Paulo e, maior das glorias _ A VEJA, foi pouco percebido pelos moralistas Zé Meilistas. O Artigo do dono Walmart e do próprio NYT, foi notícia em todo o mundo e, entre outras coisas, possibilitou ao Sarkozi aumentar três pontos percentuais na tributação dos ricos da França.

Houvera eu usado uma manchete mais educada, tipo Ricos Querem Pagar Mais e o blog não teria metade das visualizações que teve. In other hand, não teria rido com os Zé Meios irados deferidos pelas tradicionais famílias mineiras, goianas, piracicabanas e coreanas, a acusar-me de imoral.

Nossa defesa da regulamentação do Imposto Sobre Grandes Fortunas não foi nem considerada. A preocupação com a justiça fiscal nem passou pela cabeça deste povo. Querem saber de uma coisa:

_Rão dá,  seus abestados!  



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