quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Baleias, Ratos E A Perereca Do Lula


Por Helder Gondim


O nome dele era Waldemar, mas no boteco todo mundo o chamava de Bill. Agalegado e sangüíneo, pensava que o “nickname” devia-se a parecença, mesmo longínqua, com ex-presidente americano. Na verdade nem Bill, mas Bio com “o”, era o apelido e devia-se ao mono assunto ecologia e a palavra-chave biodegradável brandida contra sacos de supermercado, copinhos de café e tudo que fosse plástico, daí é que o chamávamos pelas costa de Biodesagadável, e quando ele descobriu que a abreviação Bio referia-se à sua pessoa, assumiu que era Bill (Clinton) e continuou desagradável mesmo sem aperceber-se de uma coisa nem outra.
O Waldemar, realmente, tinha razão em seu discurso, mas o Bill perdi-a pela insistente repetição. Sim, somos antropocêntricos em relação ao mundo, mas por isso mesmo temos que considerar o resto do planeta, porque é dele que retiramos nossa sobrevivência, estamos enredados numa rede de equilíbrio instável e não sabemos a dimensão exata da importância de cada fio.
Quando, na campanha presidencial passada, o Lula, sutilmente, atacou a adversária Marina e sua(dela) cruzada ecológica por, ou contra, Belo Monte, referiu-se a uma perereca que estaria obstacularizando a duplicação da Régis Bittencourt, calou fundo na alma de milhões de usuários da rodovia:
“Como? Então, uma rã estaria provocando milhares de mortes?” Deve ter pensado o João do Caminhão, futuro eleitor da Dilma.
Também não acho que a vida de nenhum anfíbio valha tanto quanto a de qualquer ser humano. Mas a questão não é esta, e sim a de que a sobrevivência de uma espécie inteira não possa ficar subordinada a interesses econômicos imediatos. Tem-se que encontrar um meio termo, possivelmente mais caro, capaz de conciliar dinheiro e perereca, como o sabe qualquer cafetão.
Mas somos antropocêntricos mesmo. O antropocentrismo é como o corporativismo, o nacionalismo, o bairrismo: primeiro eu, depois os meus, só então os outros. E estes últimos ainda são hierarquizados entre FDPs e FDPs amigos.


Há mais de dez anos, no ainda Unafisco Sindical, ousou-se defender bandeiras ecológicas, houve uma grita de alguns colegas reclamando do quão distante estava defender baleias dos “verdadeiros anseios corporativos da classe dos Fiscais”

Em outra ocasião, o tema “Justiça Fiscal” também causou celeuma, menos que a das baleias, afinal, parte da corporação também sentia-se culpada de ser contribuinte.


Tudo bem, talvez as duas discussões acima tenham sido conduzidas pelo Bio e não pelo Waldemar. Mas agora, com grande parte da Classe achando que está ganhando bem, É um absurdo a DEN, com a BOLSA MALFEITOR vir a DEFENDER RATOS.

2 comentários:

  1. Não bastasse termos de bancar AJI para estes caras, agora querem inventar mais essa? Isso é brincadeira de vocês ou é coisa séria?

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  2. Doze milhões e meio de reais em espécie. Estimativa de 200 milhões de reais em contas no exterior. Três bilhões de reais que deixaram de ser lançados, por tenebrosas transações. Um auditor-fiscal honesto, íntegro e incorformado com o balcão de negócios sujos, que resolveu por fim a roubalheira. E morreu em circunstâncias suspeitas. O que tem a dizer sobre tudo isso os lideres sindicais das DS Santos, Recife, e da própria DEN ? Os injustiçados coleguinhas presos vão ter direito a reivindicar o auxílio do FACE até provar a inocência e reverter a iminente demissão administrativa? Acho que vou aguardar em vão a resposta dos autores da tese da bolsa malfeitor.

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