quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Imprevidência

O Projeto de Lei que propõe a regulamentação do fundo de pensão - FUNPRESP, é um tijolinho a menos neste grande processo de desconstrução da Previdência Social dos servidores públicos brasileiros.
Na prática, o PL 1992/2007 representa a privatização do regime de previdência. Transfere-se para o fundo a administração dos recursos dos servidores compulsoriamente agraciados pela medida (bem como daqueles que vierem a aderir às novas regras) e que desejarem manter o seu atual padrão de vida após aposentar, ou pelo menos, ter a esperança de mantê-lo.
Digo esperança porque, de acordo com o projeto, a única modalidade prevista é a da 'contribuição definida'. Desta forma, você sabe o quanto paga, mas não sabe o quanto leva. O benefício a que você terá direito numa futura aposentadoria dependerá da competência dos administradores ao aplicar os seus caraminguás na ciranda financeira do Mercado. Bastante tranquilizador nos dias atuais...
O referido projeto de lei representa, portanto, um risco iminente para os servidores atingidos imediatamente por ele, dada a incerteza e insegurança quanto ao valor do benefício a que terão direito no futuro.
De acordo com o projeto a responsabilidade do Estado se restringe ao pagamento da sua parte das contribuições ao Fundo, ou seja, de antemão eles já lavaram as mãos caso haja qualquer problema na administração do fundo.
Sem a regulamentação do dito cujo, os servidores públicos federais serão mantidos na regra anterior, de aposentadoria integral garantida pelo sistema de solidariedade em que todos contribuem com 11% de seus vencimentos brutos.
Um dos tijolinhos da desconstrução da previdência foi a regra que obrigou aos aposentados a contribuírem na mesma proporção dos ativos. Um flagrante desrespeito ao direito adquirido face ato jurídico perfeito.
Quem tem expectativa de direito então, que se cuide...
O engraçado é que o projeto não é bom para quem vai se aposentar, pois gera uma insegurança quanto à manutenção das regras. Não resolve a questão do dito deficit, que tende a se agravar ainda mais por ter o Estado de contribuir para o fundo e ainda bancar os atuais aposentados sem a “ajuda” das contribuições dos novos que estarão contribuindo para a própria aposentadoria.
Não é bom para os servidores. Não é bom para o Estado e, logicamente, não é bom para a Sociedade...
Será que este projeto interessa a quem?

3 comentários:

  1. JURAS que não faz ideia??? Fico na DIVIDA de uma resposta...

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  2. Tijolinho? Bondade sua! É o próprio telhado e a viga mestra que estão sendo postos abaixo a marretadas.

    A coisa é tão sinistra que nem mesmo os já aposentados terão segurança alguma, pois esta nova situação romperá os vínculos entre as gerações de servidores, de forma que quando os "direitos adquiridos" começarem a ser atacados não será um problema dos que estiverem na ativa.

    Na mesma toada, não será um problema das gerações antigas quando forem roubados os recursos do fundo de aposentadoria dos novos servidores.

    Como era mesmo aquele ditado que envolvia "união" e "força"? Triste esta passividade dos servidores quanto ao tema.

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  3. Obrigado pelo seu comentário Marcelo. É impressinandte que, por qualquer prisma que se olhe, só consigamos ver problemas nesta previdência complementar. Seremos nós tão espertos ou serão os que a defendem 'bobos' de fato?

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