Renovação? Prá Que?

Começamos hoje a campanha eleitoral para a Diretoria Executiva Nacional de nosso sindicato. Três chapas apresentaram-se para a disputa. Examinando-as e comparando-as às três nominatas do pleito passado, percebemos que o certame atual quase repete o passado.

Quase! A chapa Transparência E Ação é a novidade deste pleito. Dos trinta e cinco, (muito, não?) candidatos apresentados apenas sete participaram da eleição passada e mesmo assim não é uma chapa inexperiente, a maioria deles tem larga experiência nas Delegacias Sindicais e, principalmente, dedicada militância sindical de base.

Mas não se faz sindicalismo com nomes e sim com ideias e ação. A ação deve ser firme e as ideias claras e transparentes.

Em um sindicato de âmbito nacional, em uma nação grande como a nossa, o surgimento de novas lideranças é muito difícil . Ou melhor, é muito fácil a cristalização de velhas raposas. Na política partidária nacional dá-se o mesmo, a máquina administrativa é usada como aparelho de reeleição política e para perpetuar formas, ideias e lideranças partidárias superadas, maquiando-as para que pareçam novas. Mesmo com as mudanças verificadas em nosso país e na conjuntura mundial na última década, a representação política em nosso congresso preserva, por exemplo, um presidente do senado filho do anti getulismo da primeira metade do século passado.

Arejar a política no Brasil devia ser prioridade zero. Nos sindicatos há uma tendência em mimetizar a “grande política”. Antigos líderes tentam manter-se na corda bamba usando velhos paradigmas como vara de equilíbrio.

Mas o mundo está mudando, das areias do Egito às ruas de Londres, Madrid, Atenas, novas formas de fazer política, têm ajudado cidadãos do mundo inteiro a mostrar aos políticos que a política deve ser usada em benefício do povo e não apenas para “fazer” política.

Neste contexto a articulação de lideranças passa a prescindir de máquinas partidárias ou sindicais. Graças à Internet, às redes sociais, mesmo aos velhos Zé Meios, é possível ao povo unir-se para derrotar os sarneys com seus lobões e lobinhos. E isto não é o futuro, é o hoje.

No nosso sindicato temos também a oportunidade de apresentar novos valores que em circunstâncias normais teriam dificuldade de mostrar suas ideias e capacidade.

Este Blog, Contraponto Sindifisco, durante os três meses que antecederam a campanha tentou fazer o papel de arauto destes novos tempos. Não fizemos campanha neste período, não aquela campanha das raposas. Nosso objetivo foi chamar a atenção para os temas que afetam e afligem a categoria dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil. Não usamos a linguagem grandiloqüente de palavras vazias, usadas muitas vezes com a intenção de esconder razões inconfessáveis e propagar falsas promessas.

Nosso post de inauguração, “Ditaco e a Ética”, chamava a atenção para a inconsistência da relativização da Ética. Não impusemos verdades nem forçamos posições. Todos as nossas publicações eram convites à reflexão. Buscamos a forma leve e bem humorada na tentativa de levar cada leitor a pensar sobre Ética, Autoridade, Gerência, Conjuntura Econômica, Política Tributária, Previdência Social, sem ter que ater-se a longos e maçantes tratados. Sobretudo, não fizemos proselitismo vão.

Acreditamos, pelos quase 17.000 acessos ao blog nestes três meses, termos provocado 17.000 chamados à reflexão. Agora, chegada a hora do debate político, esperamos que os temas colocados na ribalta já não sejam como personagens de um filme que começamos a assistir e ainda não sabemos o papel na trama.

Obrigado a todos os que interessaram-se pela prévia e mais que tudo aos divulgadores do Blog, sem eles não teríamos alcançado o sucesso que alcançamos. Em especial, agradecemos a:

Zaelite Dantas Teixeira,
Rosely Gavinhos
Sonia Catarina
Bong Whan Oh
Ricardo França
Sr. Anônimo
Dona Rosinha

e todos os redatores e leitores do Espaço do Auditor, sem vocês e a inestimável colaboração que deram, divulgando, comentando, repercutindo, sempre de forma cordial e amistosa, nosso trabalho teria sido em vão e não conseguiríamos a “audiência” que desejávamos.