segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Pirâmide invertida

Avaliando a minha rotina de trabalho verifiquei um aumento no volume de minhas horas de trabalho empenhadas em cumprir procedimentos mecânicos, padronizados e de cunho meramente operacional, os quais em nada ajudam no levantamento e na apuração de comportamentos anômalos que visam dificultar a vida dos mal contribuintes, sem contudo complicar a vida daqueles que estão “em dia com o carnê do baú”.

Uma das explicações para o fato é a falta de pessoal de apoio. Afinal, temos na ativa em torno de dois auditores-fiscais para cada analista tributário, mantida a absurda proporção de 2x1 entre os auditores e os administrativos.

O resultado é que, paulatinamente, cada vez mais colegas, cada vez com menos autonomia, estão deixando de exercer atribuições típicas dos auditores-fiscais. A senha para que o colega execute o trabalho de “cabo a rabo”, ou só a parte menos nobre do riscado tem sido a frase: “quem pode o mais, pode o menos”. Tal questão em caráter extraordinário, nada tem de anormal, contudo a execução de tarefas, digamos, que estão fora do nosso cardápio é prática cada vez mais cotidiana, ou seja tornou-se ordinária e põe ordinária nisso.

Outro dia vendo a notícia de que a Receita está utilizando cães farejadores no combate a evasão de divisas e tráfico de drogas fiquei preocupado. Com os últimos cortes no orçamento, temo que num futuro próximo poderemos estar latindo...., ou melhor, fungando para economizar os cachorros K9.

Afinal, quem pode mais?

Um comentário:

  1. O grave é que a carreira G.é que complica tudo.
    Joga-se uma carreira de Estado em carreira de auxiliar.

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